Consultas Médicas: A importância de se ESCUTAR.
- Dr. Rodrigo Tomaz
- 16 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de jun. de 2023
A consulta em Medicina Integrativa é, definitivamente, uma consulta ampla, considerando e abordando vários elementos já explorados em posts anteriores. E dentre todos estes elementos, destaca-se o que, sem dúvidas, é o mais importante:
O processo de ESCUTA.

A importância do Escutar
Em se tratando de Medicina Integrativa, a palavra "escuta" possui diversos significados possíveis.
Pode-se afirmar que vivemos num período histórico onde o processo de comunicação é conturbado. Estamos em meio a uma "crise de escuta" generalizada, onde todos tem liberdade para o "muito falar", algo facilitado com a explosão das redes sociais, onde se há literalmente a possibilidade de se expressar "O que você está pensando (?)", mas poucos exercitam a habilidade do "escutar". Essa dinâmica não se restringe apenas as relações interpessoais: o ser humano tem cada vez mais dificuldade de escutar a si mesmo. E como disse brilhantemente o filósofo Foucault, em poucas palavras:
"Ninguém pode cuidar de si sem se conhecer”.

Sendo assim, o estabelecimento de diálogos, do "escutar", a si mesmo e ao próximo, pode ser considerado como princípio básico e fundamental durante o atendimento em Medicina Integrativa.
Escuta Sensível, Comunicação Afetuosa
As consultas em Medicina Integrativa são pautadas pelo princípio de uma escuta sensível e pormenorizada de tudo o que é considerado relevante pelo Médico e pelo Paciente no processo terapêutico. De modo geral, o tempo médio de atendimento varia entre 1 a 2 horas, tempo previamente acordado entre médico e paciente.
A comunicação afetuosa e respeitosa entre médico e paciente é o que possibilita a oportunidade do cuidado. É objetivo do médico integrativo que o paciente aprenda a se escutar, e assim, a cuidar de si. E ao escutar, o médico experiencia a oportunidade única do cuidar das necessidades do outro, compreendendo a imensidão de sua história de vida, e considerando a sua autonomia e individualidade.
O também filosófo Francesc Roselló nos diz que o próprio processo de diálogo em si, já se configura como um ato de cuidado:
“O processo de cuidar é um diálogo, mas não de palavras, e sim de presenças. No diálogo de presenças produz-se o encontro entre dois seres humanos que se dispõem a falar, a mirarem-se os olhos, a aceitarem-se mutuamente, a enriquecerem-se mutuamente.”

Imagem: Francesc Torralba Roselló
É através da escuta que o cuidado se torna possível.
E ao escutar, já estamos cuidando.
Dr. Rodrigo Tomaz
CRM/SP 185006
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